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200 anos de imigração de língua alemã para o Brasil

O Brasil foi o destino mais importante para os emigrantes de língua alemã na América Latina. No ano do aniversário de 2024, o Ibero-Amerikanisches Institut (IAI) olhou para trás e para frente com a Embaixada do Brasil e outros parceiros.

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Quando jovem, Albert Richard Dietze (1838-1906) mudou-se para o Brasil do que hoje é a Saxônia-Anhalt e foi um dos mais de 220.000 falantes de alemão que se estabeleceram no maior país da América Latina desde o século XIX. Ele dirigia um estúdio fotográfico e tornou-se um cronista da vida dos imigrantes, de seu cotidiano e de seu novo ambiente.

2024 marcou o 200º aniversário do início dessa história de migração em um momento de intensa reorganização das relações bilaterais e crises globais. Esse aniversário coincidiu com as piores enchentes que o Brasil já sofreu, especialmente no estado mais ao sul do Rio Grande do Sul, onde os primeiros grupos de imigrantes de língua alemã se estabeleceram em 1824. Várias tradições que se originaram nas áreas de origem dos imigrantes continuam vivas até hoje, como a Oktoberfest. Idiomas minoritários, como o Riograndenser Hunsrückisch, ainda são falados e cultivados.

Novos começos e encontros

O IAI construiu uma ponte do século XIX ao XXI com a Embaixada do Brasil em Berlim e a Universität zu Köln com o tema “Encontros Transatlânticos entre Brasil e Alemanha: Diálogos de 200 anos de emigração e imigração” (em alemão). A conferência, organizada por Ricarda Musser (IAI) e Frederik Schulze (Universität zu Köln), analisou práticas culturais e desenvolvimentos históricos usando fontes de vários formatos de mídia, como cartas e registros de história oral, música, imprensa, literatura, filmes e imagens - como as fotografias de Dietze. Elas estão disponíveis para pesquisa sobre a história da migração na biblioteca de fotos do IAI, no Ethnologisches Museum SMB e na Biblioteca Nacional do Brasil. Um volume com os resultados da conferência está planejado para 2025.

A exposição “Recomeço em terra estrangeira” na Embaixada do Brasil, em cooperação com o IAI e a Deutsch-Brasilianische Gesellschaft (Sociedade Brasil-Alemanha), oferece um panorama histórico. Com curadoria de Karen Lisboa, a exposição apresenta várias questões sobre a vida na nova pátria: quais desafios tiveram que ser superados? Qual foi o papel desempenhado pelas mulheres? Como as famílias se adaptaram às novas condições? O catálogo bilíngue da exposição (alemão e português), escrito por Karen Macknow Lisboa, será publicado no programa de publicações do Ibero-Amerikanisches Institut em 29 de janeiro de 2025. Ele também está disponível para download gratuito.

Duas das fotografias do Album de vues du Brésil, publicado em 1889 por ocasião da Exposição Mundial de Paris, com vistas contemporâneas da cidade e do país, são atribuídas a Albert Richard Dietze. Elas são um lembrete de como as vidas individuais e os desenvolvimentos sociais entram em diálogo entre si além das fronteiras nacionais.

O ano de 2025 marca o 200º aniversário da imigração de língua alemã para a Argentina, e o IAI estará envolvido em tornar visíveis as diversas conexões entre atores, ideias e desenvolvimentos, além de levá-los a diversos diálogos.

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Foto histórica com três pessoas em uma estrada de terra, com prédios à esquerda e à direita
Estúdio fotográfico de Albert Richard Dietze em Santa Leopoldina © IAI

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